segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Semana Mundial da Amamentação

Campanha da Amamentação convoca sociedade a apoiar a mulher



Nas atividades da Semana Mundial da Amamentação (SMAM) deste ano, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) vão defender o apoio de todos para garantir às mães condições de amamentar seus filhos até os dois anos de idade, seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde. Apesar do tempo médio do período de aleitamento materno no país ter aumentado um mês e meio, de 1999 a 2008, o Brasil ainda está em um patamar baixo. A OMS considera como ideal que 90% a 100% das crianças menores de seis meses tenham no aleitamento materno um alimento exclusivo. No Brasil, esse índice é de 41%.


BENEFÍCIOS – O aleitamento materno é a mais antiga estratégia natural de vínculo, proteção e nutrição para a criança. Constitui a mais econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. O leite materno tem tudo o que o bebê precisa até os seis meses, inclusive água, e é de mais fácil digestão. Funciona como uma vacina, protegendo a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias.

Para as mães, o ato de amamentar ajuda na perda peso mais rapidamente após o parto e ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. Também reduz o risco de diabetes, de câncer de mama e de ovário.

ECONOMIA - Não amamentar pode significar sacrifícios para uma família com pouca renda. Em 2004, o gasto médio mensal com a compra de leite para alimentar um bebê nos primeiros seis meses de vida no Brasil variou de 38% a 133% do salário-mínimo, dependendo da marca da fórmula infantil.

AÇÕES – Para incentivar o aleitamento materno, o Ministério da Saúde possui a Rede Amamenta Brasil, que está presente em mais de mil Unidades Básicas de Saúde do País. Existe também a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, em parceria com a UNICEF, que hoje já conta com 337 hospitais credenciados em todos os estados brasileiros e o Método Canguru, que promove o contato pele a pele entre mãe e bebê.

Também faz parte das ações de incentivo, o programa de Apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta. Nesta ação, o Ministério da Saúde capacita profissionais para sensibilizar gestores e empregadores a adotarem uma série de medidas de apoio à amamentação da mulher trabalhadora. Entre as medidas, destacam-se a adesão à licença maternidade de seis meses, a implementação de salas de apoio à amamentação nas empresas, o respeito às leis que protegem este ato, entre outras.

REDE CEGONHA - No dia 28 de março de 2011, o Governo Federal reforçou as estratégias de fortalecimento da atenção integral à saúde da mulher e do recém-nascido com o lançamento da Rede Cegonha. A Rede tem entre suas principais ações a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno.

Saiba mais em: http://portal.saude.gov.br/

Brasil instala primeiro banco de leite humano em Cabo Verde

O Brasil inaugura nesta segunda-feira (1º/08) o primeiro banco de leite humano do Cabo Verde. “A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano mais uma vez rompeu fronteiras. Chegou à África em 2008 e, neste novo e desafiador continente, agora atua em três países: Moçambique, Angola e agora Cabo Verde”, lembra o coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH), João Aprigio Guerra de Almeida. Para marcar a inauguração, o ministro Alexandre Padilha faz um pronunciamento para os 23 países que integram a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, durante abertura da Semana Mundial de Amamentação, às 9 horas, no Rio de Janeiro.

Padilha lança, nessa mesma ocasião, o projeto Tel@ rBLH (Telessaúde), que visa ampliar o intercâmbio do conhecimento e a transferência de tecnologia no âmbito de atuação da rede de bancos de leite humano e de suas respectivas interfaces no campo da saúde da mulher e da criança. O coordenador da Rede BLH avalia que a ação coordenada, a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e um efetivo sistema de gestão do trabalho em rede são os mais importantes elementos de sustentação para a expansão e consolidação dessa rede.

“A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) projetou um incremento populacional de 19,4%, entre 2005 e 2020. Esta expansão representa uma expectativa de cerca de 11,6 milhões de nascimentos no período. Nesse contexto, o aleitamento materno se configura como uma ação estratégica no que tange a reversão dos índices de morbidade e mortalidade infantil que persistem na região”, explica Almeida.

LIDERANÇA E APOIO - O coordenador da Rede BLH salienta que se trata de uma iniciativa pioneira, que muito contribuirá para que o Rede Cegonha alcance seus objetivos em termos de qualificação da atenção neonatal em termos de segurança alimentar e nutricional. Almeida explica ainda que o diferencial da iniciativa brasileira está no fato de o Sistema Único de Saúde tratar o leite como um alimento funcional e selecionar diferentes tipos de leite para atender a necessidades específicas dos bebês. “Além disso, não tratamos o leite materno apenas como uma secreção. Nós também visamos apoiar o aleitamento”, resume.

Composta por 201 bancos de leite em operação e 15 em fase de implantação, a Rede BLH é a maior e mais complexa do mundo. Por ano, cerca de 150 mil litros de leite humano pasteurizado com qualidade certificada são distribuídos a mais de 135 mil recém-nascidos internados em unidades de terapia intensiva ou semi-intensiva, envolvendo a participação de 115 mil mães que integram voluntariamente o programa de doação. Além disso, a cada ano mais de 1,35 milhões de mulheres, gestantes e nutrizes, recorrem aos Bancos de Leite Humano em busca de apoio assistencial para amamentar diretamente seus filhos.

“Dado o reconhecimento mundial da iniciativa brasileira, os bancos de leite passaram a figurar na nossa agenda de cooperação internacional e o Brasil assumiu a liderança nessa área, exportando um conjunto de tecnologias com custo baixíssimo, mas que beneficia mais de 173 mil recém-nascidos abaixo do peso”, observa Almeida. As tecnologias foram desenvolvidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


Fontre: http://portal.saude.gov.br